Cadeh Juaçaba

A obra “Blindspot” reflete sobre a relação do público com a Monalisa de Da Vinci. O artista faz uma crítica à presença dos visitantes do Louvre diante da icônica obra Renascentista, na qual identifica ausência de interesse na obra em si, em sua história, técnica ou até mesmo na apreciação artística. Observa-se uma interação superficial e narcisista, pois o mais importante é o registro fotográfico daquele instante e seu compartilhamento com outro público, numa falsa relação com a obra de arte mais famosa do mundo. “Blindspot” foi executada em dois materiais, a madeira e o acrílico espelhado dourado, desconstruindo a representação habitual da obra, mas mantendo o conceito primitivo de associação do ouro às riquezas e protagonismo e a madeira, referindo-se ao objeto original que tem esta matéria como suporte. Rosto e mãos gravados a laser, em retícula de madeira, permitem a relação com milhares de reproduções impressas que promoveram e promovem a continuidade do clichê.
Nesta obra, cada tentativa de fotografá-la se apresenta diferente,
refletindo pelo espelho o indivíduo na construção visual, uma alusão
ao narcisismo.

Blindspot, 2015

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