Claudio Cesar

Nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 1956. Desde a juventude apresentou
talento para o desenho, época em que concluiu o Curso de Desenho
Básico e Desenho de Publicidade no SENAC-RJ, completando sua
formação artística na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em
sua cidade natal. Na família, todos tinham aptidão musical e seus
pais sempre incentivaram dons artísticos nos filhos, mas como seu
interesse foi a arte visual, comentava que não recebeu o devido
apoio. Enquanto isso, formou-se em Direito pela Universidade
Federal Fluminense e, durante um período de sua vida, o trabalho
na advocacia tornou-se uma paixão, período no qual deixou o
universo das artes num lugar secundário. Veio morar e trabalhar em
Fortaleza/CE no início da década de 80, trazido por sua inquietude.
Dizia que o calor da terra alencarina havia revigorado sua paixão pelas
artes, retomando o vigor de sua produção. Participou de diversas
exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais, com
muitas premiações. Destacam-se as seguintes premiações: XLIX
Salão de Abril, 1998; 1º lugar no I Salão de Artes Plásticas de Base
Área de Fortaleza, 1999, e XIII Unifor Plástica, 2006, em Fortaleza/CE.
Sua obra faz parte de importantes acervos particulares e públicos,
como o painel da Assembléia Legislativa do Ceará.
O talento para a arte é apenas um detalhe para esse desenhista,
pintor e escultor que marcou sua obra pela autenticidade, verdade
e transparência. Um artista franco e fiel a suas memórias afetivas e
que nunca se furtou em revelar o humor irreverente na criação de
cenas surreais, que simbolizavam a pressa do seu pensamento e da
sua necessidade de viver!
Mas partiu prematuramente em 2018, uma lacuna irreparável no
cenário artístico cearense!
Era uma alma que precisava se expressar; tinha uma rebeldia que lhe
permitiu simplesmente retirar os acentos agudos dos dois nomes
que carregava (Cláudio e César), num ato de desapego e aversão
às regras e limitações; abandonou a advocacia, quando percebeu
que nem mesmo as capas de processos estavam livres dos seus
desenhos, tornando-se um homem liberto para a arte!
Deixou o legado de uma obra autobiográfica, que mescla a simpli
cidade e pureza de cenas do cotidiano com toques de sensualidade,
numa naturalidade ímpar, um trânsito paradoxal entre esses dois
mundos, com teatralidade expressa em desenhos minuciosos e
numa pintura de absoluto domínio técnico e aplicação das cores
com maestria. Sua criação mistura o barroco e pós-moderno,
num estilo figurativo abstrato, fortemente influenciado pelo seu
imaginário, com pitadas de deboche. Transitou entre o profano e
o sagrado, pintou a alegria triste e soube ser rebelde em sua arte,
assim como na vida.
Sua obra permanece, como um patrimônio que o mantem vivo e
contando suas histórias, surpreendendo pela criatividade, divertindo
e causando fruição pela beleza das composições.
“não conseguia mais levar a vida que eu levava... a arte passou a
falar mais forte... há vinte anos decidi viver para a arte e somente
da arte. Nem mesmo, a princípio, não entendendo o porquê dessa
minha decisão, neguei a advocacia, o rádio, o comércio, etc., pois
o artista que produzia desenhos e quadros há tanto tempo, de
forma descompromissada, aos 36 anos, decidiu fazer da arte sua
profissão... fazer a vida começar a ter sentido”.
Claudio Cesar, 2012

Monalisa pedalando, 2015
Monalisa comendo caranguejo, 2015
Sem título, 2015
Os Inventos de Da Vinci, 2015
Sem Título, 2015 (Díptico)

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